Ter uma boa relação com o dinheiro está longe de ser realidade para a maioria dos brasileiros. Além de a maior parte da população trabalhar muito e ganhar pouco, a educação financeira não faz parte da cultura do nosso país. O estímulo ao consumo é grande, mas pouco se fala em poupar e investir.Porém, nunca é tarde para mudar um cenário desfavorável. Com um mínimo de educação financeira, todos podem atingir o bem-estar financeiro, não importa o tamanho do salário ou a classe social.Não se trata apenas de economizar, cortar gastos e acumular patrimônio: saúde financeira significa buscar qualidade de vida com segurança para aproveitá-la com menos preocupações.Pensando nisso, reunimos neste post tudo o que você precisa saber sobre educação financeira: do conceito às melhores dicas para organizar as suas finanças pessoais. Confira o que apresentaremos ao longo do artigo:
- O que é educação financeira;
- A importância da educação financeira;
- A educação financeira no Brasil;
- 9 dicas para organizar a vida financeira.
Se interessou? Continue conosco e aprenda como buscar a sua independência financeira!
O que é educação financeira?
Educação financeira é o processo de conscientização em relação às melhores formas de administrar e aplicar o próprio dinheiro. Com informação, formação e orientação adequados, uma pessoa se torna capaz de fazer escolhas conhecendo a fundo as oportunidades e os riscos, caminhando em direção a uma vida financeira saudável.Em outras palavras, trata-se da arte de dominar o dinheiro e usá-lo a seu favor. Pense: você controla o dinheiro ou ele te controla? Costuma sobrar uma parte do seu salário ou você trabalha só para pagar contas? Você sempre fecha o mês no vermelho? Se você respondeu sim para essas perguntas, isso significa que precisa melhorar a sua educação financeira. Porém, não se desespere: essa é a realidade da maioria das pessoas no Brasil. A boa notícia é que você pode começar a melhorar a sua situação hoje, não importa o tamanho do seu salário.Ao contrário do que muitos pensam, educação financeira não tem a ver com quanto você tem na conta, mas com o uso que você faz do que tem. Com a mentalidade e os hábitos certos, aos poucos você poderá organizar seu orçamento e começar a construir sua segurança financeira.
A importância da educação financeira
Sem educação financeira é muito difícil conquistar a independência financeira. Apesar de haver exceções, são pouquíssimas as pessoas que conseguiram ficar ricas por acaso. Normalmente, construir um patrimônio consistente depende de dois fatores: trabalho para acumular recursos e conhecimento para multiplicá-los com eficiência.Pessoas com educação financeira são mais conscientes em relação ao orçamento pessoal. Por isso, jamais gastam 100% do que ganham e sabem da importância de uma reserva de emergência. Isso faz com que seja possível lidar com o dinheiro sem ser controlado por ele, como acontece em muitos casos.Essa mentalidade ajuda a alcançar todo tipo de objetivo, dos mais básicos aos mais complexos. Fica mais fácil, por exemplo, honrar compromissos em dia como o pagamento do aluguel, telefone, água, gás e supermercado. Também dá para pensar em sonhos maiores, como um carro novo ou a casa própria.O grande benefício da educação financeira é a qualidade de vida que ela traz. A vida já é cheia de preocupações e o dinheiro não precisa ser uma delas.Ter as finanças controladas melhora o dia a dia no trabalho, o humor, o bem-estar e os relacionamentos pessoais, pois a rotina fica muito mais leve.
A educação financeira no Brasil
No Brasil, raramente é ensinado em casa ou na escola como lidar com o dinheiro. A maioria das pessoas pensa que investir é para poucos e que o melhor a se fazer é guardar o dinheiro na poupança, pois é mais seguro. Apenas poucas pessoas muito interessadas têm acesso ao básico sobre organização financeira pessoal.Para piorar, o Brasil é um país movido pelo consumo. A soma dessa cultura com uma educação financeira pobre é altamente nociva para a população. As pessoas são estimuladas a comprar a todo o momento, mas nem sempre contam com os recursos necessários. Movidas pelo desejo de ter, acabam caindo em empréstimos e parcelamentos que se transformam em dívidas intermináveis.Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), apenas 8% dos brasileiros conseguiram guardar algum dinheiro em 2018. Porém, no início do ano, 56% dos entrevistados disseram que tinham interesse em poupar. Ou seja, o brasileiro quer fazer uma reserva financeira, mas ainda não consegue fazer isso.Outra questão importante é a falta de conhecimento sobre aplicações financeiras. Quando questionados se pretendiam realizar algum investimento, 25% dos participantes disseram que sim. Porém, 17% relataram aportes em bens duráveis como carros e imóveis, o que na verdade não consiste em investimentos.O planejamento do futuro também está longe de ser o ideal no Brasil. Segundo dados da Mercer, em países desenvolvidos 89% das pessoas contribuem com algum plano de previdência privada. No Brasil, a taxa é de só 15%.
Mudanças no cenário
Apesar de o Brasil ainda estar engatinhando na educação financeira, aos poucos o cenário está mudando. Nos últimos anos, muitos canais online começaram a abordar o tema e o interesse vem sendo cada vez maior.Além disso, as organizações começaram a estimular seus funcionários a cuidarem melhor das finanças. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), há 20% de aumento anual na procura de empresas por serviços de educação financeira pessoal com o intuito de oferecer mais conhecimento aos colaboradores.Esses serviços incluem palestras, workshops, conteúdo para internet, cartilhas, e-books e projetos de intranet com foco em gerar a cultura de planejamento financeiro a longo prazo.Em 2017, a educação financeira foi incluída pelo Ministério da Educação na Base Nacional Comum Curricular. Isso significa que o assunto pode e deve ser abordado além das aulas de matemática. A medida ainda precisa ser melhor trabalhada, mas pode ser um bom começo para o ensino de cuidados financeiros nas escolas.Há ainda o aumento da presença de órgãos voltados para a educação financeira na sociedade. Globalmente, temos a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que vem ampliando sua atuação no Brasil. Por aqui, temos a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), que se dedica exclusivamente a iniciativas sobre o assunto.
9 dicas para organizar a vida financeira
Agora que você já entendeu o que é educação financeira e qual é a sua importância, é hora de aprender como organizar a vida financeira. Confira a seguir nove dicas valiosas para você assumir de vez o controle do seu dinheiro!
1. Estude sobre o assunto
O primeiro passo rumo a uma vida financeira saudável é estudar sobre educação financeira. Você não precisa de um diploma em Economia, mas deve aprender os fundamentos básicos das finanças pessoais antes de colocar a mão na massa.Mas onde buscar esse conhecimento? Há alguns anos, isso poderia ser um pouco mais difícil, mas hoje temos a internet ao nosso lado! Procurando bem, é possível encontrar materiais muito ricos sobre o tema sem precisar pagar nada por ele. Diversos sites, blogs e canais no YouTube oferecem conteúdos de qualidade 100% grátis.No entanto, sempre pesquise sobre a fonte antes de consumir qualquer conteúdo. Com a popularização do assunto, muitos gurus por aí vendem sonhos impossíveis e resultados inalcançáveis, se aproveitando do desejo das pessoas de mudar de vida. Para se aprofundar ainda mais, procure livros, palestras e cursos com grandes nomes do mercado. Quem deseja investir na bolsa de valores, por exemplo, jamais deve começar sem estudar muito antes. Quanto mais conhecimento você adquirir, melhores serão os seus resultados.
2. Quite suas dívidas
Antes de pensar em começar a investir, é preciso colocar a casa em ordem. Tem dívidas? Deixou as contas da casa acumularem? Resolva a situação o quanto antes. Os juros, sobretudo os do cartão de crédito e do cheque especial, são altíssimos e podem comprometer qualquer planejamento financeiro.É possível negociar suas dívidas em uma forma de pagamento que caiba no seu bolso. Faça isso e planeje seu futuro respeitando seus ganhos e sua possibilidade de poupar. Não hesite em revisar esse plano de ação de tempos em tempos, a fim de acelerar a quitação dos seus débitos.
3. Prepare-se para imprevistos
Depois de colocar as dívidas em dia, o próximo passo é construir uma reserva de emergência. Especialistas em finanças pessoais dizem que essa reserva deve ser o equivalente a seis meses do seu custo de vida atual. Então, se você tem despesas de R$ 4 mil por mês, deve ter ao menos R$ 24 mil reservados para imprevistos.Use esse dinheiro somente para situações impossíveis de planejar como gastos médicos ou problemas com o carro. Do contrário, ele deve permanecer intacto em uma aplicação de renda fixa para que o montante continue crescendo dia após dia.
4. Tenha um orçamento pessoal
Você já teve a impressão que o seu salário desapareceu sem que você percebesse? Pois é. A maioria das pessoas sabe exatamente quanto ganha, mas nem todo mundo tem noção de quanto gasta no mês.Para evitar isso, um dos princípios básicos da educação financeira é montar um orçamento pessoal. Mas como fazer isso?Comece agrupando suas despesas em categorias: moradia, transporte, alimentação, educação, bem-estar, investimentos, etc. Depois, com base na sua receita mensal, determine um limite de gastos para cada uma delas.Ao longo do mês, anote diariamente cada gasto realizado e qual o meio de pagamento utilizado. Este é um excelente método para visualizar com clareza para onde está indo o seu dinheiro, fazendo cortes e adaptações sempre que for necessário. Lembre-se sempre: as despesas nunca podem ser maiores que os seus ganhos.
5. Utilize ferramentas de gestão financeira
Para montar o orçamento pessoal, você pode utilizar uma ferramenta de gestão financeira. Existem diversas planilhas e aplicativos que ajudam no controle de despesas. Basta avaliar as opções e escolher a que mais combina com o seu estilo de organização.Muita gente também prefere o bom e velho caderninho que também é uma alternativa válida. O importante é adotar o método com o qual você se sente mais confortável para organizar, categorizar e visualizar os seus gastos mensais.
6. Corte gastos supérfluos
Algumas atitudes podem significar reduções relevantes de despesas como adiar a troca do carro, deixar de comprar o último lançamento de celular e comparar preços de bens e serviços para conseguir o melhor custo-benefício.No entanto, cortar gastos pequenos pode fazer uma enorme diferença no fim do mês. Sabe aquele bombom diário depois do almoço? Aquele cafezinho com pão de queijo à tarde? Acumulados, eles se tornam grandes vilões do seu orçamento.As compras por impulso vão pelo mesmo caminho. Muita gente compra algo que não precisa só porque estava na promoção, por exemplo. Ou então, gasta o que não pode só para compensar um dia estressante no trabalho. Trabalhe o seu autocontrole para não cometer esses erros.
7. Estabeleça objetivos
Poupar não significa que você precisa deixar de fazer as coisas que gosta ou ter o que quer. Apenas quer dizer que você realizará esses gastos de maneira planejada e responsável.Faça uma lista com todos os seus objetivos de curto, médio e longo prazo. Depois, pesquise preços e planeje seu dinheiro para cada uma dessas metas. Pode ser uma viagem no próximo ano, trocar de carro em três anos ou quitar a dívida do cartão em seis meses.Repare que todos os exemplos citados contém prazos. Eles são essenciais para transformar o seu desejo em um objetivo concreto. Caso contrário, tudo ficará no campo dos planos, correndo o risco de jamais sair do papel.
8. Faça investimentos inteligentes
Pessoas com boa educação financeira sabem com clareza o que são ativos e passivos. Isso é importantíssimo na hora de diferenciar o que é um investimento e o que é um gasto.Passivos são produtos que não geram nenhum rendimento financeiro ou até desvalorizam como um automóvel. Já os ativos são produtos de investimento que geram juros e multiplicam o patrimônio do proprietário.Portanto, para investir de forma inteligente, você deve adquirir ativos. Mas quais? Isso vai depender do seu conhecimento em finanças e de quanto dinheiro você tem disponível.A dica número um é: jamais deixe seu dinheiro na poupança. Ela rende muito pouco, às vezes até menos que a inflação. A maior parte do seu patrimônio deve ser investida em fundos de renda fixa, como os CDBs, ou no Tesouro Direto. Essas opções são tão seguras quanto a poupança e oferecem rendimentos maiores.Outro segredo importante é não ter pressa. Quanto mais tempo você deixar seu dinheiro investido, mais juros você vai acumular.Com mais estudo e mais patrimônio disponível, você pode começar a pensar em aplicações mais arriscadas como debêntures e ações. Os ganhos são maiores, mas qualquer erro pode representar um grande prejuízo. Por isso, pesquise muito e invista apenas uma pequena porcentagem do seu dinheiro nesses fundos.
9. Prepare a sua aposentadoria
Para ter uma vida tranquila depois de parar de trabalhar, é preciso ter uma reserva financeira para complementar a aposentadoria. Esse é um dos papéis mais importantes da educação financeira: abrir a mente das pessoas para que elas se planejem a longo prazo.Portanto, comece a planejar sua aposentadoria agora mesmo. Calcule quanto você precisará mensalmente para viver enquanto não estiver mais na ativa, considerando os gastos médicos. Com base nisso, é possível ter uma ideia de quanto você precisa ter acumulado e planejar a melhor forma de chegar a esse valor.Planos de previdência privada podem ser uma boa alternativa, bem como investimentos longos no Tesouro Direto. Estude qual é a melhor opção para você e mãos à obra!Como vimos ao longo do post, a educação financeira é essencial para uma ter uma vida mais tranquila. E o melhor de tudo: é para todo mundo. Não espere ganhar o salário dos sonhos para começar a pensar na sua independência financeira. Você pode fazer isso agora, com o que tem hoje. Busque conhecimento e tenha ótimos resultados!
Ajude seus funcionários a não se endividarem
As empresas têm um papel importante na educação financeira dos funcionários e podem ajudá-lo agregando benefícios corporativos úteis no controle do próprio dinheiro.Conheça a ferramenta Xerpay e saiba como funciona o sistema que implementa o pagamento sob demanda, ou seja, os colaboradores de uma empresa podem antecipar parte de seus salários quando precisarem.Essa ferramenta está mudando a forma como os funcionários lidam com o seu salário e gerando mais satisfação e motivação no trabalho.O Xerpay pode ser um dos benefícios mais valorizados por quem trabalha em sua empresa. Fale com um especialista e conheça mais!Gostou do artigo? Siga-nos nas redes sociais e acompanhe de perto todos os nossos conteúdos! Estamos no Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn.