A evolução tecnológica é o epicentro das transformações sociais. Só nos últimos dez anos, deparamo-nos com profissões que não existiam até então — como motoristas de aplicativos ou analistas de Big Data — e isso só tende a se aprofundar ainda mais.A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apresentou uma projeção na qual 65% das nossas crianças de hoje vão trabalhar com profissões que ainda nem existem atualmente.E isso tem tudo a ver com o conceito de trabalhabilidade. Afinal, como planejar um futuro profissional se desconhecemos as possibilidades de carreiras em médio e longo prazo?A seguir, vamos explicar o caminho que muitos especialistas têm apontado como a solução para tal desafio.Boa leitura!
O que é trabalhabilidade?
A ideia de trabalhabilidade foi desenvolvida junto com a virada do milênio e as amplas perspectivas de mudanças protagonizadas pela transformação digital. A internet abriu as portas para tanta novidade que ainda estamos nos acostumando ao dinamismo das coisas.Justamente por conta desse volume expressivo de inovações, que o conceito de trabalhabilidade se faz tão relevante. Isso porque, ele prega o desenvolvimento do potencial individual para gerar renda a partir de habilidades e competências que integram com facilidade às novas possibilidades tecnológicas à disposição.Por exemplo, nos dias atuais algumas capacidades fazem toda a diferença para diferenciar-se no mercado, como:
- pensamento crítico;
- resiliência;
- criatividade;
- capacidade de resolução de problemas;
- inteligência emocional;
- cultura de aprendizado.
A trabalhabilidade, então, vai além dos conhecimentos técnicos que definem a rotina de trabalho em determinadas áreas. É, inclusive, um conceito que evolui a noção de empregabilidade.
Trabalhabilidade e empregabilidade são a mesma coisa?
Muito discutida ao longo da década de 1990, a empregabilidade despontou como um meio de impulsionar, constantemente, a sua carreira profissional.Era, em outras palavras, uma maneira para despertar o interesse em preparar-se para novas oportunidades e desafios dentro de uma hierarquização da área de trabalho de cada setor de atuação.Não é, portanto, algo idêntico ao que propõe a trabalhabilidade. Mas pode-se dizer que a empregabilidade é um primo distante e sem tanta visão em longo prazo das mudanças sociais e tecnológicas que, até então, sequer vislumbravam a revolução digital que viveríamos nos anos seguintes.Com isso, a tradicional escalada corporativa virou uma incógnita. Como já mencionamos, o mistério por trás dessas posições de trabalho que sequer existem, ainda, exige uma previsão de conhecimentos capazes de preparar o profissional (e o mercado de trabalho, como um todo) para todo tipo de revolução.É, inclusive, o caminho pelo qual as gerações mais recentes — como a geração Z — tem se pautado para especializar-se no dinamismo cada vez mais acelerado das transformações tecnológicas.Por falar em gerações mais jovens, é sempre importante observar os rumos do setor para acomodar os novos talentos e em harmonia com as gerações anteriores. Para isso, convidamos você a dar uma olhadinha em outro artigo nosso, mas que explora alguns fatos sobre os millennials e também a geração Z no ambiente de trabalho!
Quais são os pilares da trabalhabilidade?
Além das características mencionadas anteriormente, o mercado tem observado outros elementos em comum no conceito de trabalhabilidade, revelando-se no perfil dos profissionais modernos.Um deles é a maleabilidade para desafios, encarando-os com vigor e interesse em aprender novas soluções para problemas novos (ou mesmo antigos). O espírito colaborativo também é visto com mais frequência. São pessoas que gostam do crescimento coletivo e da gratificação em trabalhar de maneira pluralizada.E, acima de tudo, são profissionais em busca de identificação com os seus próprios valores.
A valorização do indivíduo
Observou-se, também, uma mudança na maneira de pensar o mercado. Por meio da trabalhabilidade, as pessoas começaram a valorizar mais as suas próprias características e identidades para propor soluções.Suas competências pessoais, portanto, tornam-se ativos para agregar interesse das empresas e também de um perfil de consumidor alinhado à mesma linha de pensamento.Não à toa, isso por si só já estabelece rumos tão amplos quanto diversificados em novas profissões — não é só coincidência que encontremos aplicativos cada vez mais personalizados. Assim, consultores, palestrantes, profissionais de tecnologia e mais uma gama de carreiras afloram no mercado de trabalho.
Trabalho, não emprego
Outro ponto de valor na trabalhabilidade consiste em transformar as nossas preferências particulares em fonte de renda. O exemplo acima do aplicativo entra também nessa questão, mas destaca o quanto as pessoas estão mais e mais dispostas a investirem em novos negócios — e nas possibilidades que as atuais e vindouras tecnologias vão nos proporcionar.
A bem-vinda adaptabilidade
Outro pilar comum na trabalhabilidade é a capacidade de adaptação. E, aqui, não estamos falando só do perfil profissional, mas das instituições de ensino. Afinal, elas ainda têm um papel relevante no desenvolvimento profissional das pessoas.Como comportar-se, então, dentro desse dinamismo que é até difícil acompanhar?O segredo está no perfil dos jovens do mercado de trabalho mais alinhados a esse conceito: adaptar-se, modificar e transformar com um direcionamento de projeções. Com o risco de ter as grades curriculares obsoletas em curto prazo, a adaptabilidade é um fator predominante, aqui.
A trabalhabilidade abre as portas para a autonomia?
Vale observar que a trabalhabilidade tem agregado algo que estimula qualquer profissional: mais autonomia. E isso significa tanto a possibilidade de trabalhar com o que gosta como na flexibilidade de administrar melhor (e com maior controle) a própria carreira.E isso inclui a geração de uma fonte de renda complementar. Por exemplo: profissionais que levam para a empresa seus deliciosos docinhos para vender aos colegas. É um meio de desenvolvimento, adaptação e valorização das próprias competências a fim de posicionar-se com flexibilidade no mercado de trabalho.Não faltam, portanto, adjetivos e expectativas para observar o resultado da trabalhabilidade em um futuro próximo. A preparação do perfil profissional já começou, mas as mudanças já têm acontecido desde a virada do milênio — tanto nas empresas quanto nas instituições de ensino e na mente das pessoas.E você, ficou com alguma dúvida a respeito da trabalhabilidade até aqui? Compartilhe-as conosco, no campo abaixo, e ajude-nos a expandir esta discussão que ainda vai ser bastante abordada por todas as áreas do mercado de trabalho!