Grau de endividamento: descubra qual é o seu!

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Ana Clara Macedo
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Você sabia que é possível calcular seu grau de endividamento? É isso mesmo! Aliás, ter em mãos essa informação é essencial para saber quanto da sua renda está sendo destinada ao pagamento de dívidas. Esse chamado grau de endividamento é bastante utilizado no âmbito empresarial, pois, a partir dele é possível medir os riscos do empreendimento. Através dele o gestor pode tomar decisões mais assertivas de cortes e investimentos. No entanto, medir o grau de endividamento não é um recurso único e exclusivo das empresas e se encaixa perfeitamente na esfera pessoal. Uma vez que, contribui para que as pessoas possam manter sua saúde financeira em dia. No Brasil, quase metade dos brasileiros, 48%, não tem controle sobre seu orçamento, revelou uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas ( CNDL ) e do Serviço de Proteção ao Crédito ( SPC Brasil).Essa falta de planejamento, na maioria das vezes, acarreta em descontrole financeiro e consequentemente em dívidas. Para lhe ajudar a mudar esse cenário vamos dar dicas de como calcular o grau de endividamento e como diminuí-lo. Se interessou pelo tema? Então, é só seguir em frente neste conteúdo e colocar seu controle financeiro em dia.

O que é grau de endividamento?

O grau de endividamento é um indicador financeiro que permite empresas e pessoas em geral a medirem suas dívidas em detrimento aos seus ganhos. Para empresas ele é importante para calcular a dependência da organização em relação a recursos de terceiros. Isto é, empresas que não conseguem se manter com a própria receita e acabam recorrendo a empréstimos, cheque especial, cartão de crédito e etc. Quanto maior o grau de endividamento maior o risco da empresa comprometer seu funcionamento. Trazendo para o âmbito pessoal, esse indicador tem o mesmo objetivo e serve para que a pessoa possa ter uma visão clara sobre suas dívidas. É por meio dele que se torna possível avaliar os riscos em relação às próprias finanças. E não só isso, com esse dado em mãos fica mais fácil adotar estratégias para melhorar a saúde financeira e colocá-la em dia.

O que são dívidas?

Quando falamos de grau de endividamento é importante conceituarmos o significado da palavra dívida. Pelo dicionário a palavra dívida é descrita como: Substantivo feminino

  • quantia que se tem de pagar a alguém.
  • obrigação moral contraída por favor e/ou bem recebido.

Ou seja, com base nesses significados temos a dívida como um saldo devedor. Um compromisso que você assumiu perante a alguém, seja um banco, um amigo, financeira ou algum familiar.Se fala muito de dívida também sobre compromissos futuros que de alguma forma irão comprometer parte dos ganhos. Empréstimos, cheques pré-datados, compras parceladas nos cartões de crédito e de loja e financiamentos podem ser descritos como dívidas.

Despesas x dívidas

Para separar dívidas de despesas, as despesas são aqueles gastos que comprometem permanentemente o orçamento como contas de luz, escola, plano de saúde e aluguel. As despesas são divididas em fixas (condomínio, aluguel, escola) e variáveis (conta de luz, gastos com supermercado, lazer e alimentação). Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou que as famílias brasileiras, 67,1% delas, estão endividadas. Dívidas com cartão de crédito, bancos ou crediário estão entre as maiores causas do endividamento.Por isso, é tão importante conhecer o grau de endividamento para evitar que qualquer dívida se torne uma bola de neve e cause não só preocupações, mas doenças físicas e mentais. No artigo “Saúde financeira x saúde física: quais os impactos dessa relação?” falamos mais sobre o assunto, você pode lê-lo clicando aqui.

Quais os números do endividamento no Brasil?

O endividamento das famílias brasileiras é maior a cada ano no país. Isso ocorre principalmente porque boa parte delas não se organiza financeiramente e ignoram o planejamento para imprevistos. A consequência são os empréstimos para o pagamento de contas e compras parceladas desnecessárias que virão a comprometer os ganhos todos os meses por um bom tempo. Muitos aliás, acabam se tornando inadimplentes pela falta de pagamento com aquilo que se comprometeu a pagar no ato da compra. No Brasil, segundo o SPC Brasil, apenas 48% das pessoas assumem que se organizam financeiramente. 26% apontam a indisciplina como a principal causa dessa desorganização financeira. 19% afirmam não recordar de compras em dinheiro e outros 8,2% dizem não tem tempo para se planejar. A consequência disso é que 47,2% dos brasileiros não tem a mínima noção de quanto pagam de juros quando optam por parcelar uma compra. Assim, acabam gastando bem além do que o esperado referente ao valor inicial do produto ou do empréstimo. O mais alarmante é que 17,4% nem sequer tem conhecimento do valor total de suas contas mensais e 60% não tem noção de quanto pagam com juros, encargos e taxas ao longo do ano. O reflexo disso é um alto grau de endividamento, com mais de 67% das famílias endividadas no país e uma inadimplência que alcançou os 25,4%, segundo a CNC. Para mudar esse cenário é preciso equilíbrio financeiro e falaremos sobre como diminuir o grau de endividamento em seguida.

Quais dicas seguir para diminuir o grau de endividamento?

A inadimplência é capaz de causar insônia, baixa autoestima e até mesmo queda do apetite, de acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva. 54,8 milhões do brasileiro afirmam que perderam o sono em função das dívidas. Outros 54,1 milhões têm a autoestima afetada e 45,3 milhões perderam o apetite. Mas como evitar e diminuir o endividamento para que ele não comece a impactar diretamente a saúde? Abaixo você confere algumas dicas.

Mude os hábitos em relação ao seu dinheiro

Equilíbrio financeiro requer essencialmente uma mudança de hábitos e para diminuir o grau de endividamento também. Gastar mais do que recebe é um problema recorrente das famílias brasileiras. 50% delas, segundo um levantamento feito pela Kantar, gasta acima dos próprios ganhos. O resultado disso é um alto de endividamento e a inadimplência como consequência. O primeiro passo para mudar isso é colocar os pés nos chão e viver dentro da sua realidade financeira. Não ostente! Não gaste mais do ganha! Avalie os gastos em geral do seu dia, da sua semana, do seu mês e repense os hábitos que possam estar comprometendo suas finanças.

Reconhece suas dívidas e mude seu comportamento

Outro ponto importante para diminuir o endividamento é reconhecer o problema e tomar medidas para estancar as dívidas. Planejar e reorganizar seu orçamento familiar nesse momento é fundamental. Isso quer dizer que você precisa ter na ponta do lápis todos os seus gastos e dívidas, além do valor líquido que você recebe mensalmente. Hoje, por exemplo, você sabe quanto do seu salário é destinado para o pagamento de dívidas? É muito importante ter essa resposta na ponta da língua. Dado que, só assim você conseguirá definir prioridades, escolher quais contas devem ser pagas primeiro e principalmente se organizar para ter esse dinheiro reservado para as dívidas mensalmente. Avalie as maiores taxas de juros e se for necessário priorize as que crescem mais rápido para que você não fique super endividado rapidamente. Sugere-se que você comprometa no máximo 30% dos seus ganhos líquidos para o pagamento de dívidas.

Renegocie suas dívidas

Muitas dívidas são negociáveis. Uma vez que, muitos bancos e instituições financeiras preferem receber parte do valor do que não receber nada. Então, uma ação possível para diminuir o grau de endividamento é a renegociação das dívidas. Obviamente que o credor não tem a obrigação de aceitar esse tipo de negócio, mas é uma possibilidade. Campanhas do Serasa Consumidor como “Feirão Serasa Limpa Nome” e “Acertando suas contas”, da Boa Vista SCPC, são boas alternativas na qual muitas empresas oferecem descontos de até 98% na renegociação da dívida. Outra possibilidade é entrar em contato com o próprio credor (bancos, empresas ou instituição financeira) para renegociar prazos ou fazer uma proposta para quitar a dívida.

Corte despesas

O corte de despesas é parte integrante de quem deseja colocar a sua saúde financeira em dia, além de ser parte integrante de um plano de diminuição do grau de endividamento. Se você gasta menos consequentemente terá mais dinheiro em caixa e isso facilitará o pagamento das suas dívidas. E quando se fala em corte de despesas é eliminar aquilo que não te fará falta no dia a dia, o que não é essencial. Por exemplo, um plano de celular que você paga, mas nem usa todo o pacote; aquele serviço de streaming que você não entra há meses; aquela compra do mercado com marcas caras por simples luxo e falta de pesquisa e gastos excessivos com alimentação fora de casa ou de lazer. Cada corte, por menor que seja, nessas áreas, pode fazer uma diferença considerável no final do mês e quem sabe será de extrema ajuda para você conseguir honrar com seus compromissos e diminuir suas dívidas. Para complementar as dicas, confira o vídeo da Nath Finanças e aprenda a se organizar financeiramente com pouco dinheiro.

Como fazer o cálculo do grau de endividamento?

O grau de endividamento é obtido através de uma fórmula que considera as dívidas e os ganhos líquidos. Isto é, os passivos (dívidas) dividido pelos ativos (receita mensal). O resultado é multiplicado por 100 para termos o valor em porcentagem. Temos então:

  • Grau de endividamento = Dívidas / Receita x 100

Vamos a um exemplo prático. Vamos supor que Diego tem as seguintes dívidas.

  • Empréstimo: R$ 300,00
  • Prestação do carro: R$ 250,00
  • Cartão de crédito: R$ 400,00
  • Total das dívidas: R$ 950,00

O rendimento mensal do Diego é de R$ 3.000,00. Vamos as contas para descobrir seu grau de endividamento (GE):

  • Grau de endividamento = Dívidas ( R$ 950) / Receita (R$ 3.000,00) x 100
  • GE = 0, 316 x 100
  • GE = 31,6%

Diego, então, tem um grau de endividamento de 31,6%. Isso quer dizer que ele ultrapassou um pouco o limite que é considerado aceitável e precisa ligar o sinal de alerta. Falaremos em seguida sobre esses graus e quando se preocupar com eles.

Como avaliar os números?

Existem diversas avaliações no sentido do resultado do cálculo que aponta o grau de endividamento, o que é aceitável e o que ultrapassa os limites. O mais comum no mercado considera os seguintes números de grau de endividamento:

  • Grau de endividamento até 30%: Dívidas administráveis e dentro do limite considerado aceitável.
  • entre 30% a 35%: Sinal de alerta ligado e o ideal é tentar chegar no patamar abaixo dos 30%.
  • entre 35% a 40%: Situação perigosa e que requer uma mudança de hábito imediata para que as dívidas não causem a inadimplência e deixe a pessoa super endividada.
  • acima de 40%: Caos bateu a porta. Quase 50% do rendimento mensal está destinado para o pagamento de dívidas. É nesse grau que a pessoa já se depara com dívidas “impagáveis”, taxas de juros altíssimas, inadimplência e compromete toda sua situação financeira. É uma bola de neve real das dívidas.

Diminuir o endividamento é um desafio

Diminuir o grau de endividamento, como pudemos ver ao longo deste artigo, não é tarefa fácil. Por outro lado, é pior ainda se a pessoa ignorar esse problema e continuar gastando acima das suas possibilidades. Para garantir o tão sonhado equilíbrio financeiro, mesmo que você esteja momentaneamente endividado, é necessário ter consciência sobre a situação. Pois, é a partir daí que se torna possível tomar decisões assertivas em relação às suas finanças. Nesse caminho, no entanto, é necessário cortar gastos, mudar hábitos, renegociar dívidas e principalmente começar a honrar com os compromissos. A pior atitude a se tomar é ignorar a realidade e deixar que ela vire uma bola de neve, com uma dívida “impagável”. Portanto, reveja hoje suas finanças, meça seu grau de endividamento e principalmente tenha a coragem de mudar. Já que só assim será possível alcançar a saúde financeira. Gostou do nosso artigo? Então siga a Xerpa nas redes sociais Facebook, Instagram, Twitter e LinkedIn e não perca mais nenhum dos conteúdos sobre finanças pessoais

Ultima atualização 12 de Dezembro del 2022
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